Entenda o que é fork: soft fork, hard fork e o impacto nas criptomoedas

Entenda o que é fork: soft fork, hard fork e o impacto nas criptomoedas

Entenda o que é fork: soft fork, hard fork e o impacto nas criptomoedas 800 533 Rodrigo Pedrosa

O fork acontece quando uma blockchain passa por alterações no protocolo ou no conjunto de regras. Assim, a cadeia se divide criando uma nova blockchain. Embora a segunda blockchain compartilhe todo o histórico da original, ela passa a seguir em uma nova direção e coexiste de forma independente.

Para entender o que é fork, imagine um pequeno país chamado Cryptolândia que é governado por um rei bastante tradicional. Os seus súditos o amam. No entanto, existe uma parcela da população insatisfeita. Eles dizem que o rei parou no tempo ao não investir em novas tecnologias e por não se preocupar em melhorar a segurança local.

Assim, esse grupo decide dividir as terras e construir um novo país que é uma réplica exata da Cryptolândia. No entanto, eles colocam robôs para fazer o serviço público e fossos com jacarés no entorno para proteger contra invasores.

Ao ver a “Cryptolândia II”, muitos moradores correm para vender seu terreno no país original e se mudam para o novo. Outros ficam com medo dos jacarés e dos robôs (roubarem empregos?) e preferem continuar no mesmo lugar. Já uma parcela empreendedora compra imóveis nos dois países pensando na valorização

Existe, ainda, a possibilidade de todos os moradores (incluindo o rei) preferirem se mudar para a Cryptolândia II por acharem que ela é mais moderna e segura. Independentemente do que aconteça, os países são soberanos e possuem algumas regras internas diferentes, mas podem coexistir em perfeita harmonia sem interferir um no outro. E carregam consigo as regras e as lembranças do que viveram na Cryptolândia original.

A esta altura você deve estar pensando que a história é bacana, mas você ainda não entendeu nada sobre o que é fork, certo? Calma que nos próximos tópicos eu explico. Siga com a leitura!

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Saiba o que é fork

O fork acontece quando uma blockchain passa por alterações no protocolo ou no conjunto de regras. Assim, a cadeia se divide criando uma nova blockchain. Embora a segunda blockchain compartilhe todo o histórico da original, ela passa a seguir em uma nova direção e coexiste de forma independente.

No exemplo da introdução, fizemos uma analogia (quase uma fábula) para explicar o conceito do fork. Ali, a Cryptolândia antiga é como se fosse a criptomoeda original que passa por um fork, ou seja, uma réplica é construída dando origem a outra criptomoeda com algumas “atualizações” — que é a Cryptolândia II com robôs e jacarés.

Essa nova criptomoeda foi criada por um grupo de desenvolvedores insatisfeitos por algum motivo, igual a parcela da população da Cryptolândia que queria novas tecnologias e mais segurança.

E o criptoativo atualizado pode ser bem aceito ou não pelos investidores e pelo mercado, que decidem se vão continuar com a versão anterior, com a nova ou ambas — da mesma forma que alguns súditos se mantiveram fiéis ao primeiro rei e ficaram no país original. Por outro lado, uma parcela se mudou para a “Cryptolândia II” e outros investiram em ambas. E existe também a possibilidade de todos se mudarem para o novo país.

Aprofunde o entendimento sobre fork

Os tokens e as criptomoedas são viabilizados pela tecnologia blockchain que atua como uma plataforma aberta e descentralizada validada por meio de nós (nodes) — os computadores da rede que executam e comprovam as transações. Diante disso, grupos de desenvolvedores podem fazer alterações no seu protocolo e elas são validadas em toda a rede.

O fork surge quando uma mudança deste tipo acontece e a cadeia se divide ao produzir uma segunda blockchain (nasce, assim, a Cryptolândia II). Em uma tradução literal, “fork” significa “forquilha”. Mas para melhor entendimento, vamos considerar como “bifurcação”.

A segunda blockchain produzida nesta bifurcação permanece compartilhando todo o histórico da original, mas segue em uma outra direção (a Cryptolândia II se lembra do passado no país original e preserva os costumes, mas se torna independente).

Entenda porque o fork acontece

Da mesma maneira que todos os software pedem atualizações, o fork é gerado nas redes de blockchain por diversos motivos. Entre os principais estão adicionar novas funcionalidades, corrigir possíveis riscos de segurança, como bugs e vulnerabilidades do código, e resolver conflitos dentro da comunidade sobre o protocolo. 

No caso das criptomoedas, elas passam por atualizações complexas sempre que os casos citados anteriormente são necessários. A partir disso, este código bifurcado é bastante semelhante ao original, mas com modificações importantes que coexistem sem grandes problemas (igual a Cryptolândia vivendo em perfeita harmonia com Cryptolândia II e seu exército de robôs e jacarés).

Conheça os principais tipos de forks

O fork demonstra que não existe mais consenso entre os nós (nodes) da rede blockchain. Assim, esta divergência traz uma bifurcação na cadeia de blocos e os usuários podem definir qual cadeia devem seguir daqui por diante. Existem dois tipos de forks dentro desta proposta. Veja a seguir!

Soft fork

Vamos começar pelo soft fork, ou “bifurcação leve”, que é uma espécie de atualização de software para a tecnologia do blockchain. Caso seja adotado por todos os participantes, ele pode se tornar um novo conjunto de padrões (é como se todos os moradores resolvessem se mudar para a Cryptolândia II porque perceberam que a falta de fossos de jacarés poderia representar o fim do país original em caso de uma invasão).

O resultado é uma única blockchain com mudanças que são compatíveis de maneira retroativa com os blocos anteriores ao fork (os moradores apenas migraram para o novo país que é uma réplica, mas a vida segue normalmente — basta ir ao Detran, preencher uma ficha e fazer alguns exames para renovar a sua carteira).

Hard fork

Já o hard fork, ou “bifurcação profunda”, surge quando o código muda de tal maneira que a nova versão passa a não ser mais compatível com a retroatividade dos blocos anteriores. A tecnologia blockchain, neste caso, se divide em duas que são a original e a nova versão em um conjunto diferente de regras (agora, você precisa conversar com robôs e realizar um procedimento automatizado para renovar a CNH na Cryptolândia II).

Para o caso das criptomoedas, a consequência é o surgimento de um ativo digital novo. Como exemplo, podemos citar nomes bem famosos no mercado atualmente, como o Bitcoin Gold e o Bitcoin Cash que evoluíram da blockchain do Bitcoin original com o uso do hard fork. Mas, claro, o mais famoso é o fork do Ethereum — que veremos a seguir.

Veja o exemplo do Hard Fork do Ethereum

No caso do Ethereum, ocorreu um hard fork em 2016, após um ataque hacker a uma das maiores plataformas descentralizadas (DApps) da época, a The DAO. O ataque resultou na perda de US$ 50 milhões em ETH e gerou muita controvérsia e desconfiança na comunidade (isso não aconteceria se o Ethereum tivesse fossos de jacarés #piada).

Para resolver o problema, os desenvolvedores realizaram um hard fork que mudou as regras da rede de maneira a reverter os danos causados pelo ataque. No entanto, essa decisão gerou muita insegurança entre alguns membros da comunidade Ethereum, pois ela foi vista como uma forma de “manipular” o blockchain para beneficiar alguns indivíduos em detrimento de outros.

E a desconfiança foi agravada pelo fato de que, com o resultado do hard fork, foi criada uma nova criptomoeda, conhecida como Ethereum Classic, que se manteve fiel às regras da rede Ethereum de antes da realização do fork. Muitos argumentam que esses eventos afetam a confiança nas técnicas de blockchain até hoje.

Confira a melhor maneira de lidar com os impactos 

É importante ressaltar que um fork mais antigo segue sendo uma plataforma confiável e estável em diferentes perspectivas (você já sabe o que esperar do rei). Já um fork recente, permite ao time de desenvolvedores descobrir novos caminhos de interação com ele (será que os robôs vão renovar a CNH direitinho?).

A maioria dos soft forks acontece na rede sem que praticamente ninguém fique sabendo (o rei mandou pintar o meio fio e você nem notou). No entanto, as mudanças no hard fork merecem atenção especial. Isso porque as novas moedas criadas a partir deste processo também valem dinheiro (novo país = novo PIB).

Quando um hard fork surge e as corretoras não suportam o código atualizado, elas podem acabar não repassando as novas criptomoedas. Então, mantenha o fôlego na corrida sobre os seus investimentos e avalie frequentemente se em algum deles existe a chance de acontecer um hard fork.

Tá bom, a gente sabe que estes termos podem ser confusos. Especialmente para quem está dando os primeiros passos dentro do universo desafiador da Web3. Mas quando colocamos o que é fork dentro de uma perspectiva mais simples (como a fábula das Cryptolândias), tudo passa a fazer sentido e este tipo de linguagem se torna capaz de trazer insights fundamentais nas tomadas de decisões

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